Cuidados hospitalares

Na maioria dos países, os hospitais representam a maior parte do investimento fixo global e os leitos hospitalares fornecem uma indicação dos recursos disponíveis para a prestação de serviços de internação. Entretanto, a influência da oferta de leitos hospitalares na taxa de ocupação é conhecida e confirma que uma maior oferta leva a maiores números de admissão (Lei Roemer que um "leito construído é um leito ocupado"). Portanto, além da qualidade do atendimento hospitalar, é importante utilizar os recursos de forma eficiente. Aumentar o número de leitos e pernoites nos hospitais nem sempre traz resultados positivos para a saúde da população. O número de leitos hospitalares per capita na ALC é de 2,1, inferior à média da OCDE de 4,3, mas varia consideravelmente (Figura 5.7). Mais de cinco leitos por 1.000 habitantes estão disponíveis em Barbados, Cuba e Argentina, enquanto o estoque é igual ou inferior a um por 1.000 habitantes na Guatemala, Haiti, Honduras, Venezuela, Nicarágua e México. Estas grandes disparidades refletem diferenças substanciais nos recursos investidos em infra-estrutura hospitalar entre os países.

A alta hospitalar é em média de 51,2 por 1.000 habitantes em 11 países da ALC com dados, em comparação com a média da OCDE de 147,8 (Figura 5.8). As maiores taxas estão no Chile e na Bolívia, com mais de 85 e 66 descargas por 1.000 habitantes em um ano, respectivamente, enquanto no Peru, Colômbia, Panamá e México há menos de 40 descargas por 1.000 habitantes, sugerindo atrasos no acesso aos serviços. Em geral, os países com mais leitos hospitalares tendem a ter taxas de admissão mais altas e vice-versa. No entanto, há exceções. El Salvador e Bolívia têm um número baixo de leitos, mas uma taxa de altas relativamente alta, enquanto a Argentina tem uma densidade maior de leitos hospitalares do que a média da OCDE, mas uma taxa de altas menor do que a média ALC11.

Em nove países da ALC com dados, a duração média de hospitalização (DMH) é de 5,47 dias, inferior à média da OCDE de 7,42 (Figura 5.9). A DMH mais longa é de 6 dias no Chile, Colômbia e Jamaica, enquanto o menor período de permanência é inferior a 4,4 dias no México. A DMH avalia o acesso e uso adequados, mas é necessário cautela em sua interpretação. Embora, sendo todas as outras coisas iguais, uma estadia mais curta reduzirá o custo por alta e proporcionará um atendimento mais eficiente, mudando o atendimento do hospital para ambientes pós-atendimento menos dispendiosos. Estadias mais longas podem ser um sinal de má coordenação de cuidados, resultando em alguns pacientes aguardando desnecessariamente no hospital até que a reabilitação ou cuidados de longo prazo possam ser providenciados. Ao mesmo tempo, alguns pacientes tem alta muito cedo, quando a permanência no hospital poderia ter melhorado seus resultados de saúde. (Rojas-García et al., 2017[1]).

Quando se analisa especificamente os leitos de saúde mental, LAC26 tem em média 39 leitos por 100.000 habitantes, dos quais mais de 31 estão em hospitais psiquiátricos, isto é cerca de um quarto da densidade nos países da OCDE em média, com mais de 160 leitos de saúde mental por 100.000 habitantes, dos quais mais de 186 estão em hospitais psiquiátricos. Somente Barbados no LAC26 tem uma densidade de leitos de saúde mental maior do que a média da OCDE, com mais de 190 leitos por 100.000 habitantes. Bolívia, Guatemala, Haiti e Venezuela têm menos de 3 leitos de saúde mental por cada 100.000 habitantes (Figura 5.10).

Referências

[1] Rojas-García, A. et al. (2017), “Impact and experiences of delayed discharge: A mixed-studies systematic review”, Health Expectations, Vol. 21/1, pp. 41-56, https://doi.org/10.1111/hex.12619.

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