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OECD Multilingual Summaries

How's Life in the Digital Age?

Opportunities and Risks of the Digital Transformation for People's Well-being

Summary in Portuguese

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Como Está a Vida na Era Digital?

Oportunidades e Riscos da Transformação Digital para o Bem‑Estar das Pessoas

Sumário em Português

Como está a vida na era digital?

De que modo a transformação digital afeta a vida e o bem‑estar das pessoas? As tecnologias digitais alteraram, de forma radical e em pouco tempo, o modo como as pessoas trabalham, consomem e comunicam. É necessário que as estatísticas ajudem a compreender a transformação rápida que está em jogo. Esta primeira monografia da série ‘Como está a vida?’ visa colmatar esta necessidade, apresentando uma descrição abrangente dos impactos do digital na vida das pessoas e pondo em destaque algumas lacunas importantes ao nível dos dados.

A transformação digital cria oportunidades, e também riscos para o bem‑estar

Apesar de vários relatórios da OCDE terem documentado os efeitos das tecnologias digitais na economia e na sociedade, este relatório utiliza o quadro de bem‑estar ‘Como Está a Vida?' para avaliar de que modo a transformação digital afeta a vida das pessoas no seu todo. O Capítulo 1 apresenta uma visão geral da metodologia e dos resultados descritos no presente relatório. O quadro da OCDE relativo ao bem‑estar é utilizado para analisar os impactos da transformação digital nas 11 dimensões‑chave do bem‑estar das pessoas (rendimento e riqueza, empregos e remunerações, habitação, saúde, educação e competências, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, participação cívica e governação, relações sociais, qualidade ambiental, segurança pessoal e bem‑estar subjetivo). Este capítulo também olha para o acesso e utilização das TIC como dimensão transversal da transformação digital. Um resumo de um número elevado de estudos existentes destaca 39 grandes impactos da transformação digital no bem‑estar das pessoas. A análise mostra que os impactos podem ser positivos, dado que as tecnologias digitais alargam os limites da disponibilidade da informação e melhoram a produtividade humana, mas podem também comportar riscos para o bem‑estar das pessoas, desde o assédio online ao surgimento de desinformação ou pirataria informática.

Este relatório reuniu 33 indicadores relativos aos impactos principais da transformação digital, incluindo 20 indicadores de monitorização das oportunidades digitais e 13 indicadores que refletem os riscos do digital. Esta análise empírica pode ajudar os decisores políticos e os cidadãos interessados a avaliar a situação do digital no seu país. No entanto, a análise empírica terá também de enfrentar limitações importantes devido à falta de dados harmonizados e a uma cobertura imperfeita dos principais impactos do digital. A comunidade internacional na área da estatística deve investir para melhorar a informação disponível e para fazer avançar esta agenda de estatística.

As tecnologias digitais seguras melhoram a vida de quem tem competências para utilizá‑las

Para cada dimensão do bem‑estar das pessoas, o Capítulo 2 apresenta dados concretos sobre as oportunidades e riscos criados pela transformação digital. Este capítulo tem por base uma análise de um número elevado de estudos científicos numa série de disciplinas. A perspetiva principal retirada desta análise é a de que as tecnologias digitais seguras melhoram a vida de quem tem competências para utilizá‑las. Esta mensagem tem duas vertentes. Beneficiar das oportunidades digitais depende, primeiro, do cumprimento de alguns requisitos em matéria de competências e, segundo, do funcionamento em ambientes digitais seguros. Por um lado, as tecnologias digitais podem melhorar a vida das pessoas, dado que proporcionam acesso a mais informação e serviços a um custo reduzido: por exemplo, simplificam o acesso à educação, à informação sobre a saúde, ao consumo de bens através das compras online, reduzem o tempo dos transportes através do teletrabalho e melhoram a eficiência da utilização de energia em casa e ao nível das cidades; em suma, tornam as atividades humanas mais eficientes. Por outro lado, as tecnologias digitais acarretam um risco de desigualdade maior para a sociedade, pois introduzem um fosso digital entre os que têm competências para utilizá‑las, e os que não têm. Estas competências incluem competências meramente digitais, mas também competências emocionais e sociais associadas a uma navegação segura no mundo online. Dispor desta combinação de competências, convenientemente rotuladas de “literacia digital”, é condição prévia para as pessoas conjugarem de forma harmoniosa a sua vida digital com a sua vida real, e evitarem os problemas de saúde mental associados ao abuso das tecnologias digitais. O segundo tipo de riscos digitais diz respeito a questões de segurança, como assédio online e violações da cibersegurança. Resumidamente, para que a digitalização funcione em prol do bem‑estar das pessoas há que criar oportunidades digitais iguais, uma literacia digital generalizada e uma sólida segurança digital.

As oportunidades digitais surgem naturalmente com um acesso mais alargado à Internet, ao mesmo tempo que os riscos digitais são multifacetados

Os indicadores disponíveis em matéria de oportunidades e riscos permitem o agrupamento de países e a identificação dos seus pontos fortes e fracos relativos em matéria digital. Apesar de a análise dos fatores impulsionadores das oportunidades e riscos da transformação digital estar fora do âmbito deste relatório, proporciona uma série de perspetivas importantes. Primeiro, as oportunidades e riscos digitais não estão correlacionados nos vários países, ou seja, não há qualquer associação mecânica entre ambos. Isto significa que um quadro de políticas bem‑sucedido pode mitigar os riscos, mesmo numa conjuntura rica em termos digitais. Segundo, as oportunidades digitais estão fortemente associadas a um acesso alargado à Internet, o que constitui condição necessária, mas não suficiente, para o aproveitamento das oportunidades proporcionadas pela transformação digital. Por último, os riscos são de natureza altamente diversa, e é impossível identificar um fator impulsionador principal. No entanto, a persistência de incidentes envolvendo a segurança digital constitui um poderoso elemento de previsão dos riscos em termos globais, pois reflete (em certa medida) a maturidade das sociedades digitais, assim como a solidez das estratégias nacionais para o digital.

São escassos os dados concretos sobre os impactos, e muitos tópicos continuam a ser contestados

As conclusões retiradas neste relatório têm por base um conjunto imperfeito de indicadores que não cobrem adequadamente todas as dimensões da vida e todos os países da OCDE. Assim sendo, este relatório serve de motivação para o trabalho em matéria de estatística que temos pela frente. Perante a continuação da dinâmica de recolha de medições complementares dos progressos, os Serviços Nacionais de Estatística e outras entidades que fazem recolha de dados vão ter de conceber novos instrumentos que melhorem os dados concretos sobre os impactos da transformação digital no bem‑estar. Há que sublinhar que ainda não existe uma decisão final sobre muitos dos impactos discutidos neste relatório. As oportunidades e riscos mais importantes, como os impactos dos sítios Web de ligação em rede na vida social das pessoas, os efeitos da utilização excessiva da Internet ao nível da saúde mental, ou os efeitos da automatização do trabalho, continuam a ser debatidos por investigadores e analistas. Este relatório faz um levantamento dos dados concretos existentes, mas uma investigação continuada terá de alargar e aprofundar os nossos conhecimentos sobre os inúmeros tópicos aqui referidos.

© OECD

Este sumário não é uma tradução oficial da OCDE.

A reprodução deste sumário é permitida desde que sejam mencionados o copyright da OCDE e o título da publicação original.

Os sumários multilingües são traduções dos excertos da publicação original da OCDE, publicada originariamente em Inglês e Francês.

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© OECD (2019), How's Life in the Digital Age?: Opportunities and Risks of the Digital Transformation for People's Well-being, OECD Publishing.
doi: 10.1787/9789264311800-en

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