Expectativa de vida ao nascer

Na região da América Latina e Caribe (ALC), a expectativa de vida ao nascer continua aumentando em média, apesar do início da crise da COVID-19, impulsionada pela redução constante da mortalidade em todas as idades, e particularmente da mortalidade infantil em todos os países. Estes ganhos em longevidade podem ser atribuídos a vários fatores, incluindo o aumento do padrão de vida, melhor nutrição e melhores instalações de água potável e saneamento. Estilos de vida mais saudáveis, aumento da educação e maior acesso a serviços de saúde de qualidade também desempenham um papel importante (Raleigh, 2019[1]).

A expectativa de vida ao nascer para toda a população da região atingiu 75,1 anos em média em 2021, um ganho de 3,9 anos desde 2000. Em comparação, os países da OCDE ganharam 3,4 anos durante o mesmo período (Figura 3.1). Entretanto, persistem disparidades regionais. Os países com a maior expectativa de vida em 2021 foram o Chile e a Costa Rica com cerca de 81 anos, seguidos de perto por Barbados com pouco menos de 80 anos. Em contraste, três países da região ALC tinham uma expectativa de vida total de menos de 70 anos (Haiti, Guiana e Bolívia). No Haiti, uma criança nascida em 2017 pode esperar viver uma média de menos de 65 anos.

As mulheres tendem a viver mais do que os homens (Figura 3.1). A diferença de gênero na expectativa de vida era de 5,5 anos em média entre os países da ALC31 em 2021, ligeiramente superior à média de 5,4 anos dos países da OCDE. A diferença de gênero era particularmente grande em El Salvador, com uma diferença de mais de nove anos, assim como na Venezuela, Brasil, Uruguai e Nicarágua, com diferenças de sete anos ou mais. As mulheres também têm maiores taxas de sobrevivência até os 65 anos de idade (Figura 3.2), independentemente da situação econômica do país. Em média, nos países da ALC, 83,7% de uma coorte de mulheres recém-nascidas viveriam até os 65 anos, enquanto apenas 74,2% dos homens recém-nascidos viveriam até os 65 anos. Somente na Costa Rica e no Chile, mais de 90% das mulheres recém-nascidas deveriam viver até os 65 anos, abaixo da média da OCDE de 91,8%. As diferenças de gênero na expectativa de vida podem ser explicadas por mudanças ocorridas no século passado, como a redução da mortalidade materna, bem como a diminuição da taxa de fertilidade total, o aumento do tabagismo entre homens e a redução das doenças infecciosas (Goldin and Lleras-Muney, 2018[2]).

A renda nacional mais alta está geralmente associada a uma maior expectativa de vida ao nascer (Figura 3.3). Houve, entretanto, algumas diferenças notáveis na expectativa de vida entre países com renda per capita semelhante. Por exemplo, a Costa Rica e o Chile tinham maior expectativa de vida e a Guiana tinha menor expectativa de vida do que o previsto apenas pelo PIB per capita. O status socioeconômico e a educação desempenham um papel importante na expectativa de vida, como visto no caso de uma gama diversificada de países da ALC como El Salvador, Peru e Honduras, onde a educação superior das mães e a riqueza familiar estão associadas a uma melhor sobrevivência infantil (ver indicadores "Mortalidade infantil" e "Mortalidade de menores de 5 anos").

Referências

[2] Goldin, C. and A. Lleras-Muney (2018), “XX>XY?: The Changing Female Advantage in Life Expectancy”, No. 24716, NBER, Cambridge, MA, https://www.nber.org/papers/w24716.pdf.

[1] Raleigh, V. (2019), “Trends in life expectancy in EU and other OECD countries : Why are improvements slowing?”, OECD Health Working Papers, No. 108, OECD Publishing, Paris, https://doi.org/10.1787/223159ab-en.

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