Mortalidade materna

A mortalidade materna - a morte de uma mulher durante a gravidez, parto ou dentro de 42 dias após o término da gravidez - é um indicador importante do estado de saúde da mulher e para avaliar o desempenho do sistema de saúde. As Metas de Desenvolvimento Sustentável estabeleceram uma meta de reduzir a taxa global de mortalidade materna para menos de 70 por 100.000 nascidos vivos até 2030. Na ALC, cerca de 7.400 mortes maternas ocorreram em 2019, a maioria delas evitáveis (WHO, 2022[1]), o que corresponde a uma taxa de mortalidade materna (TMR) média de 97 mortes por 100.000 nascidos vivos em 2020, substancialmente maior do que as 10 mortes por 100.000 nascidos vivos nos países da OCDE (Figura 3.10). As estimativas inlcudem resultados diversos como o Chile com TMRs de 22, o Haiti com 435, e Bolívia e São Cristóvão e Névis com 217 e 179, respectivamente. Apesar das altas taxas em certos países, uma redução de 3,2% na mortalidade materna foi alcançada na região da ALC entre 2000 e 2020, mas muito abaixo da redução de 27% nos países da OCDE no mesmo período. Na Nicarágua e na Colômbia, a TMR diminuiu em cerca de 50%. Entretanto, durante o mesmo período, a TMR aumentou em 17 países, com Granada (111%), Dominica (100%), Santa Lúcia (83%), São Vicente e Granadinas (78%), Belize (75%) e Barbados (73%) experimentando aumentos de mais de 70%.

Em 31 países da ALC, a mortalidade materna está inversamente relacionada com a cobertura da assistência qualificada ao parto (Figura 3.11). O TMR mais alto, Haiti, foi também o país com a menor proporção de nascimentos assistidos por um profissional de saúde qualificado (42%). Por outro lado, São Cristóvão e Névis, Guiana e Suriname mostram uma cobertura de partos altamente qualificada (97% ou mais), mas um TMR alto (todos acima de 115), indicando desafios com qualidade de atendimento. A maioria dos países (25) teve mais de 95% dos nascimentos atendidos por profissionais de saúde qualificados. Uma maior cobertura da assistência pré-natal (quatro ou mais consultas) está associada menor TMR (Figura 3.12), mas Cuba se desvia da tendência ao ter uma baixa cobertura de atendimento pré-natal (apenas 80% das mulheres grávidas recebem pelo menos quatro visitas), mas um TMR relativamente baixo de 50. Ao contrário, o Peru e a República Dominicana mostram uma cobertura de cuidados pré-natais acima de 92%, mas TMR acima de 90 mortes por 100.000 nascidos vivos, o que pode estar ligado a taxas mais baixas de assistência qualificada ao parto, mas também a problemas de qualidade de atendimento.

O risco de morte materna pode ser reduzido através de planejamento familiar, melhor acesso a cuidados pré-natais de alta qualidade e parto e cuidados pós-natais por profissionais de saúde qualificados. A abordagem das disparidades na prestação desses serviços essenciais de saúde reprodutiva às populações carentes deve ser incluída em qualquer estratégia. Além disso, o amplo fortalecimento dos sistemas de saúde e a agenda universal de cobertura de saúde, juntamente com a ação multisetorial são cruciais para reduzir as mortes maternas (WHO et al., 2018[2]).

Referências

[1] WHO (2022), Global health estimates: Leading causes of death, https://www.who.int/data/gho/data/themes/mortality-and-global-health-estimates/ghe-leading-causes-of-death.

[2] WHO et al. (2018), Survive, Thrive, Transform. Global Strategy for Women’s, Children’s and Adolescents’ Health: 2018 report on progress towards 2030 targets, World Health Organisation, https://www.everywomaneverychild.org/wp-content/uploads/2018/05/EWECGSMonitoringReport2018.pdf.

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